Lembro que passava tardes e tardes brincando de fazer comidinha no quintal. As panelas, talheres e canecas mais antigas eram usadas. Arroz de pedrinhas e nescau de terra eram os mais pedidos. Usando uma forma de ravióli de plástico, eu fazia o meu famoso chocolate caseiro de barro seco. E pra tomar? Sucos feitos com folhas e flores picadas. Tudo virava comida de fada.
Além das comidinhas, construía pequenas casas. Aprendi com minha avó materna a construir casinhas de gravetos e folhas de cinamomo. Com limão e gravetos fazíamos os pequenos habitantes dessas casinhas. Lembro da alegria que sentia ao conseguir encaixar os gravetos e fazer a estrutura da casa. Catava folhas de cinamomo e fazia o telhado. Aos poucos iam aparecendo móveis feitos de barro e pedras. Tudo ia se organizando. Em dias de paciência e criatividade, a casinha ficava bem elaborada. Em dias de preguiça e ansiedade, a casa era praticamente um teto só para não ficar na chuva.
Essas são algumas brincadeiras que tive o privilégio de ter na minha infância e que trago comigo até hoje em minha memória afetiva.
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